Moradores da Chatuba, na Penha, querem seu baile funk de volta. Segundo o jornal Meia Hora, em matéria publicada neste domingo, desde a inauguração da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), em junho de 2012, o evento está proibido, acarretando o fechamento de estabelecimentos da região que sofreram prejuízo com a redução do movimento.
O Meia Hora entrevistou o DJ Fabiano Fagundes, que há 16 anos trabalha em bailes e é nascido e criado na comunidade. Ele informou que já foram feitas inúmeras tentativas de conseguir autorização para realizar as festas, mas nenhuma teve sucesso: "A maioria das comunidades pacificadas tem eventos e bailes. Só aqui na Chatuba não é permitido. Desde que a UPP entrou, não conseguimos fazer os bailes e nunca dão uma justificativa convincente. Na primeira o comandante disse que não havia efetivo suficiente. Então dissemos que contrataríamos segurança particular. Na segunda disse que o barulho do baile iria incomodar quem estivesse no contêiner da UPP, que fica ao lado da quadra. Pedimos para fazer o baile em outro local, mas não conseguimos.", queixou-se o DJ ao jornal.
Fabiano afirmou ainda que mais de 100 barraqueiros tiravam o sustento dos bailes realizados na quadra da Chatuba e que muitos foram obrigados a fechar as portas: "Todo mundo ganha com os bailes daqui: a população, que não tem outra opção de lazer, os barraqueiros e nós DJs.", complementa, dizendo que tanto ele quanto comerciantes e representantes da associação de moradores já foram à sede da UPP com autorizações da Prefeitura do Rio e do Corpo de Bombeiros, mas nem assim receberam o aval do comandante da unidade, capitão Leo Ludolff.
Através de sua assessoria de imprensa, o capitão Leo Ludolff afirmou que nenhum dos organizadores jamais apresentou uma autorização do Corpo de Bombeiros para realizar os eventos, e que além disso, a proibição dos bailes é uma questão de segurança pública: "É uma avaliação e uma decisão policial", afirmou.
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