Manifestação pelas ruas de Franca acaba em baile funk

Grupo saiu da praça Nossa Senhora da Conceição, passou pelo terminal ‘Ayrton Senna’ e caminhou até a Estação

O Dia Nacional de Luta em Franca terminou em baile funk. Foram três protestos que começaram pela manhã e se estenderam até a noite. No primeiro deles, promovido pelo MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra) houve bloqueio nos dois sentidos da rodovia Cândido Portinari. O segundo foi realizado por funcionários da CPFL, que aproveitaram o movimento nacional para protestarem por melhores salários. Eles ficaram parados por quatro horas. O terceiro e mais esperado protesto, aconteceu na praça central e foi organizado pelo movimento Vem Pra Rua, que no mês passado reuniu 15 mil pessoas. Desta vez, com pouca adesão e uma série extensa de reivindicações, a marcha perdeu o foco e acabou ao som do funk. (Veja o vídeo)
Na tarde da última quarta-feira, vários panfletos foram distribuídos no Terminal “Ayrton Senna”, convocando a população para o protesto de ontem à tarde, mas o que se viu foi uma praça vazia. Enquanto o horário de início da marcha passava, um grupo cada vez maior de jovens com roupas coloridas, bonés e correntes no pescoço - características do universo funkeiro - foi se aglomerando próximo à concha acústica. Por volta das 18 horas, um carro de som puxou a fila em direção ao terminal de ônibus, completamente interditado por viaturas da Polícia Militar. Alguns representantes do grupo organizador do protesto tentavam entoar palavras de ordem direcionadas principalmente à empresa São José, mas pouco a pouco essas vozes foram sufocadas pelas reivindicações da maioria que pedia paz no funk e liberdade de expressão.
Vários universitários, sindicalistas e membros de associações de classe abandonaram o movimento. Quem resolveu ficar caminhou alguns quilômetros pela rua General Telles, em direção à antiga estação ferroviária. O caminhão de som trocou o disco e, para alegria da galera, transformou a Estação em um grande baile funk. Alguns músicos como Joel da Silva Ferris, 27, aproveitaram a chance para divulgar seu trabalho, anunciando futuros shows na cidade.
Carlos Amorim, 33, integrante do Vem pra Rua e um dos líderes da passeata, disse não lamentar a mudança de foco durante o protesto. “Quando convocamos as pessoas, não tem como saber no que vai dar. Elas vêm com seus próprios ideais. Damos espaço e respeitamos todas as minorias.”(Clique aqui e assista ao vídeo).

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