Hip hop invade polo Casa Amarela com Racionais MCs e Zé Brown

Artistas mostram que o carnaval do Recife não é só do frevo.
Noite de shows teve ainda grupo Bongar e cantora Márcia Pequeno

Racionais MCs levantaram público que foi curtir shows em Casa Amarela (Foto: Katherine Coutinho/G1)
O hip hop reinou soberano no palco do polo Casa Amarela, na Zona Norte do Recife, neste domingo (15). A terra do frevo e do maracatu mostrou que também curte o rap e vibrou ao som de Racionais MCs e do rapper pernambucano Zé Brown. Como manda a tradição multicultural, a noite teve ainda os pernambucanos do grupo percussivo Bongar e a cantora Márcia Pequeno.

Formado por Mano Brown, Edi Rock, Ice Blue e DJ KL Jay, os Racionais MCs comemoraram 25 anos de carreira em 2014, com show em Olinda. Eles subiram ao palco por volta das 00h50, sob uma grande expectativa do público, pois o show começou com mais de uma hora de atraso. 

​A espera, no entanto, valeu a pena para o estudante Luan Santos, que tentou ir ao show no Chevrolet Hall ano passado, mas não conseguiu. "Eles são a voz da periferia, eu gosto que eles falam da realidade da gente. Falam o que a gente queria dizer", afirma o estudante. Além de músicas que marcaram a carreira, o repertório inclui o mais recente trabalho dos Racionais, 'Cores e Valores'.
Zé Brown (Foto: Katherine Coutinho/G1)Zé Brown tocou para os "conterrâneos" de Casa
Amarela (Foto: Katherine Coutinho/G1)
Mais cedo, o show ficou por conta do rapper pernambucano Zé Brown, nascido em Casa Amarela e conhecido de longa data do público. A batida do hip hop da periferia recifense se transforma e se mescla com o maracatu, a ciranda e a embolada no palco montado. "Eu sou local, foi o momento de mostrar o que bebi nas minhas origens", disse ao G1 antes do show.
O comerciante Marcelo Araújo é um dos que mora em Casa Amarela e conhece o artista desde a infância. "A gente tem que prestigiar quem é da terra. Viemos ver os ‘Racionais’, mas também Zé Brown, o cara é muito bom", afirma o comerciante. "Ele é um cara simples e com um dom único mesmo", concorda a autônoma Lucíola Santos.

Composto por seis jovens integrantes do terreiro Xambá, do Quilombo do Portão do Gelo, em Olinda, o Bongar levou para os palcos a tradição da cultura afro-brasileira, com um toque bem pernambucano. "O som deles não tem igual, tem que dar mais espaço para a nossa cultura", acredita a auxiliar de enfermagem Lucíola Rocha.

A noite no polo de Casa Amarela contou ainda com a cantora Márcia Pequeno e o grupo Ciranda Dengosa. O homenageado do carnaval recifense, maestro Spok, foi quem fez as honras dos shows, com repertório indo de cirando ao frevo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário