De acordo com o Data Popular, marcas querem ser citadas em letras de funk
De acordo com Renato Meirelles, presidente do Data Popular, só nos últimos vinte dias, seis empresas de moda e bebida alcoólica solicitaram ao instituto uma consultoria para entrar nas letras de funk ostentação. Duas, que já são citadas nas músicas, entraram em contato preocupadas com a própria imagem, mas logo se convenceram dos benefícios da divulgação gratuita do funk ostentação.
— Essas marcas queriam sair das letras de funk por medo de popularizar demais e perder o cliente da classe A. Segundo Renato, essa ideia é equivocada. A classe A não ouve funk e, por isso, mal toma conhecimento da associação das grifes a esse público. Além disso, mesmo consumindo as mesmas etiquetas, classes A e C procuram produtos bem diferentes.
— A camiseta da Lacoste da classe A é lisa, a da classe C é toda colorida. O cavalinho da camisa da Polo é grande para a classe C e discreto para a classe A.
E essas diferenças não são só uma questão de gosto.
— Não é apenas para mostrar a marca, o jovem da classe C está celebrando a melhora de renda que ele teve e, por outro lado, diminuindo os preconceitos que enfrenta da sociedade. Ele acha que se tiver uma roupa melhor vai se dar bem em entrevista de emprego, vai entrar mais rápido em uma balada, não vai sofrer batida da polícia.
De acordo com Renato, o jovem da classe C movimenta R$ 129 bilhões por ano em consumo, e 10 milhões de pessoas ouvem funk no Brasil. A explicação para essa paixão repentina das grifes pelos jovens rolezeiros e funkeiros, portanto, se explica com números.
— Ainda existe muito preconceito, mas algumas empresas o engolem pelo volume de dinheiro que os jovens da classe C movimentam. O preconceito existe pelo estilo de música, cor da pele e estilo deles, mas o rolezinho explicitou o potencial de consumo desses jovens.
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