Americano do Mogi usa funk para ensinar português ao novo parceiro

Toda vez que um estrangeiro chega ao Brasil logo se depara com as dificuldades do idioma local. Não é diferente com o americano Jason Smith, recém-contratado para ser o armador do Mogi das Cruzes no NBB. A sorte do 'novato' é que a equipe também conta com o pivô Jeff Agba, americano que está há três anos no Brasil e já tem uma fórmula para ensinar a língua ao novo companheiro: o funk.
- Eu sou negão, a música está no meu sangue. Então escuto pagode, funk, hip hop e agora que estou há mais tempo no Brasil também ouço sertanejo, mas aquele popular, que todo mundo canta, daí eu pego, porque essas músicas me ajudam a aprender mais português – disse Agba, com o clássico sotaque gringo.
A técnica utilizada por Agba deve ser a principal ferramenta para tentar integrar o novo armador ao grupo. Na primeira aula, o 'professor' escolheu um funk para apresentar ao companheiro. Na música Ela é Top, de MC Bola, 'desfila' virou 'becila' e 'revista' soou algo como 'pirista'. Compreensível para o primeiro dia do aluno. Apesar dos deslizes, Smith gostou e disse que vai querer saber um pouco de tudo sobre os ritmos brasileiros

Surpreso, MC Bola ficou feliz com o fato de os jogadores americanos cantarem a música, mesmo quase dois anos após o lançamento. Agora, ele garantiu que vai acompanhar mais de perto o time de basquete do Mogi das Cruzes (confira o vídeo ao lado).

- Eu nunca imaginei que seria usada para 'ensinar português', muito menos que a música faria todo esse sucesso. Os jogadores americanos sabem a letra. Claro que a gente faz música para fazer sucesso, mas não imaginei que chegaria a essa proporção. Na Europa tem gente que sabe cantar, agora os americanos. O som continua no sucesso, os caras americanos curtiram e tinham várias músicas para escolherem, mas foi exatamente a minha, então é muito legal para mim - declarou o MC.
Além das letras de músicas, outro que poderá ajudar na adaptação ao Brasil é o irmão mais velho de Jason, Joe Smith, que desde 2012 atua como ala-armador do Pinheiros. Mesmo assim, para contar com as dicas do 'brother', Jason vai ter que aguentar as piadas pelo fato de ter jogado três anos em Portugal e não saber falar português.
- Eu joguei três anos em Portugal e todo mundo tira sarro de mim por não saber o idioma. Ele disse: 'como você jogou três anos em Portugal e não fala português?', mas explico que morei na Ilha da Madeira, que é muito turística e todo mundo falava inglês lá. Eu tentava praticar o português, pedindo comida, por exemplo, mas me pediam para falar em inglês, porque entendiam mais facilmente – explicou Jason Smith, alvo de piadas do irmão mais velho.

- Quando nós vamos jantar juntos eu sempre falo que ele entende tudo, mas não consegue falar nada - brincou Joe.
Por enquanto, a maior dificuldade é se adaptar ao calor. Na última temporada, ele atuou pelo KFI, da Islândia. Lá, ele morava em Ísafjörður, uma das cidades mais frias do país localizado ao norte do Oceano Atlântico.
- Não conhecia o Brasil e não sabia o que esperar. Eu não imaginava que era tão quente, mas já estou acostumando. É um país bonito, com pessoas simpáticas.
Dentro das quadras, ele demonstrou rápida adaptação ao novo país. Em nove jogos, Smith atuou por 28 minutos, em média, com 13,2 pontos, 3,4 assistências, 1,6 bolas roubadas e 2 rebotes. Esses números foram suficientes para que o armador recebesse votos para integrar o elenco do NBB Mundo. Agba, o compatriota americano no time mogiano também foi lembrado, mas ambos não ficaram entre os 12 jogadores escolhidos.

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